Enxaqueca: Diagnóstico, Tratamento e Qualidade de Vida
Se você sofre com enxaquecas, este espaço foi criado para lhe fornecer informações precisas e atualizadas, auxiliando na compreensão e no gerenciamento da sua condição.
Enxaqueca: Muito Além de uma Dor de Cabeça
A enxaqueca é uma doença neurológica crônica, hereditária e com manifestações orgânicas que podem se agravar com o tempo.
Entender que não se trata apenas de uma dor de cabeça, mas uma doença, te ajuda a entender que enxaqueca não é:
- Sinusite
- Cefaleia tensional (“dor de cabeça normal”)
- Torcicolo
- Preguiça
- Sensibilidade a mudanças climáticas
- Resfriados
- Ressaca
- Sensibilidade a certos alimentos (chocolate, queijo, vinho)
Reconhecendo os Sinais:
A enxaqueca se manifesta de forma variada entre os pacientes, com sintomas que podem se aparecer dias antes e se estender após a crise de dor:
- Fase Prodrômica (até 3 dias antes): Fadiga, tontura, agitação, bocejos, alterações no humor. Pode haver ainda desejo por alimentos não saudáveis e dificuldade de concentração.
- Fase de Aura (em alguns casos): Distúrbios visuais, de linguagem, sensoriais ou motores.
- Fase de Dor: Dor de cabeça latejante, geralmente unilateral, acompanhada de náusea, vômitos, fotofobia (sensibilidade à luz) e fonofobia (sensibilidade ao som).
- Fase Pós-Dor (até 2 dias depois): Persistência de sintomas iniciados na fase de pródromo e fase de dor.
Avaliação da intensidade da enxaqueca (escala Visual Analógica – EVA) ao longo do tempo (horas), mostrando a fase premonitória (cansaço, rigidez no pescoço, pele sensível) e a fase de dor de cabeça propriamente dita.
Classificação da Enxaqueca
A frequência das crises determina a classificação da enxaqueca:
- Enxaqueca Episódica: Menos de 10 dias de dor de cabeça por mês.
- Enxaqueca Episódica de Alta Frequência: 10 a 14 dias de dor de cabeça por mês.
- Enxaqueca Crônica: Mais de 15 dias de dor de cabeça por mês, sendo pelo menos 8 deles com características de enxaqueca.
Fatores de Cronificação:
A transição para a enxaqueca crônica é influenciada por fatores modificáveis e não modificáveis:
Fatores Modificáveis:
- Alta frequência de crises
- Obesidade
- Uso excessivo de analgésicos
- Estresse crônico
- Distúrbios do sono (apneia do sono)
- Doenças inflamatórias crônicas
Fatores Não-Modificáveis:
- Sexo feminino
- Baixo nível socioeconômico e educacional
- Histórico familiar de enxaqueca
- Traumatismo craniano prévio
Abordagem Multimodal do Tratamento:
Utilizamos uma abordagem multimodal, individualizada e focada na melhora da qualidade de vida, pode-se combinar:
- Tratamentos farmacológicos: Medicamentos profiláticos (para prevenir crises) e para o tratamento agudo da dor.
- Tratamentos injetáveis: Toxina botulínica, bloqueio de nervos e acupuntura (quando indicado).
- Modificação do estilo de vida: Foco no gerenciamento de estresse, melhoria da higiene do sono, atividade física regular, dieta equilibrada, e técnicas de relaxamento, incluindo aromaterapia.
Agende sua consulta hoje mesmo! Entre em contato para que possamos juntos construir o melhor plano de cuidado para você!
Referências:
Akerman, S., Holland, P. R., & Goadsby, P. J. (2011). Diencephalic and brainstem mechanisms in migraine. Nature Reviews Neuroscience, 12, 570–584. https://doi.org/10.1038/nrn3057
Giffin, N. J., Ruggiero, L., Lipton, R. B., Silberstein, S. D., Tvedskov, J. F., Olesen, J., Altman, J., Goadsby, P. J., & Macrae, A. (2003). Premonitory symptoms in migraine: An electronic diary study. Neurology, 60(6), 935–940.
Bigal, M. E., & Lipton, R. B. (2008). Clinical course in migraine: Conceptualizing migraine transformation. Neurology, 71(11), 848–855. https://doi.org/10.1212/01.wnl.0000325565.63526.d2